11 Fevereiro 2009 - 22h01
Globalização
Vitorino contra proteccionismo face à crise
O dirigente socialista António Vitorino afirmou esta quarta-feira ao CM que "o proteccionismo é a pior das respostas" para se enfrentar a crise mundial num quadro de globalização. O caminho é a regulação da globalização.
No final da apresentação do livro do presidente do PS, Almeida Santos, 'Que nova Ordem Mundial', o dirigente socialista considerou que vê no G20 'o embrião de uma plataforma de regulação económica global’. Uma opinião defendida por Almeida Santos no seu livro, apresentado na Fundação Mário Soares.
Em seu entender, esta plataforma de regulação não se pode, contudo, restringir à questão financeira. Deve incluir ainda a luta contra a pobreza e as desigualdades sociais.
O G20, recorde-se, reúne os países mais industrializados, a União Europeia, e as economias emergentes.
Cristina Rita in Correio da Manhã
A análise que realizo desta notícia e após leitura de várias notícias e opiniões emitidas por alguns entendidos na matéria, mas opositores à Globalização é que a abertura da economia e à Globalização são processos irreversíveis, que nos atingem no dia-a-dia das formas mais variadas e temos que aprender a conviver com isso, porque existem mudanças positivas para o nosso quotidiano e mudanças que estão tornando a vida de muita gente mais difícil. Um dos efeitos negativos do intercâmbio maior entre os diversos países do mundo, é o desemprego e o fosso enorme que está emergir nas sociedades, entre os ricos e os pobres, enquanto os que a apoiam vêm positivismo em todas as circunstâncias, a nível económico e social.
Neste caso concreto, da notícia, é que realmente já se verificam situações de desigualdade, daí a necessidade de regulação da economia global para combater a crise que se tem manifestado nos últimos tempos e que já não é possível disfarçar.
A Globalização corresponde ao fenómeno de repercussão à escala mundial dos grandes eixos da actividade humana, que são:
Os eixos económico, social, político, científico-tecnológico e cultural.
Analisaremos a notícia em questão no contexto dos dois primeiros:
No eixo económico, a liberalização da economia, em que os estados se retiram praticamente da regulação da economia; a subordinação dos países às agência multilaterais como o Banco Mundial, o Banco Central Europeu o Fundo Monetário Internacional entre outros; os novos direitos de propriedade internacional para investidores estrangeiros e para criadores de inovações científicas e aponta para melhores indicadores económicos praticamente em todo o lado. As consequências são a desterritorialização de capital, dos meios de produção e do trabalho; a concentração de capital em grandes empresas multidimensionais e o aumento do fosso que separa os ricos dos pobres sejam eles entre países ou entre membros de uma sociedade.
No que concerne ao eixo social começa-se a verificar uma grande desigualdade, o estado entrou em crise, a ruptura a nível económico e organizacional é uma realidade, existe quem defenda que este se deve demitir do exercício de prestador de serviços sociais, já que não consegue cumprir com as suas obrigações. Esta ineficácia, regista-se porque os Estados fazem-se pagar exageradamente por um serviço sem qualidade, o aparelho do Estado social é caro, gastador e ineficiente, por outro lado enquanto prestador de serviços sociais, introduz uma lógica política, eleitoral e burocrática que acaba por desprestigiar o próprio objectivo do serviço. Há quem defenda a redução do Estado à sua expressão mais simples e há quem sustente que um aprofundamento do Estado social para socorrerr às crescentes malhas de marginalidade, pobreza, exclusão e desemprego e ainda de incapacidade e falta de igualdade de oportunidades. A profunda crise financeira dos Estados e dos sistemas públicos de saúde e de segurança social, e ainda os incomportáveis custos de produção dos países onde o Estado-providência se instalou, não se podendo questionar os níveis de protecção social atingidos. O problema está na impossibilidade do Estado gastar mais dinheiro mas também não pode baixar o nível da qualidade dos serviços a prestar, então a realidade é prestar melhores serviços a baixo custo. A transformação do Estado como prestador de serviços para regulador e fiscalizador, responsabilizando a sociedade civil pela gestão de recursos e prestação dos serviços de saúde, não é uma meta fácil de atingir, só um Estado forte tem condições para proceder à descentralização e delegação de competências na gestão da prestação de serviços sociais. No entanto, o grande problema não é só a crise do Estado-providência, é a carência dele e de políticas de protecção social em muitos países. É na e com a Educação que se pretende incutir o desafio da Globalização do bem-estar e da justiça social.